O Museu Judaico da cidade do Porto "tem agora um novo motivo de interesse", afirma Vivian Groisman, do departamento cultural da Comunidade Judaica. "Na sala dedicada ao antissemitismo moderno, podemos agora encontrar um novo tema que desperta muita curiosidade e espanto."
Mensagem agora exibida na referida sala:
“Como uma lei de retorno se transformou numa campanha antissemita dirigida às realidades judaicas mais significativas do país e à comunidade mais forte:
1. Uso de doentes mentais e de condenados para fazerem denúncias anónimas caluniosas contra a Comunidade Judaica do Porto – Processos n.ºs 10444/16.0T9PRT, 1557/08.3PPPRT e 843/17.6JAPRT.
2. Uso de assaltantes nocturnos para furtarem o servidor do escritório de uma advogada da Comunidade – Processo n.º 35/22.2PJPRT.
3. Uso de ladrões profissionais para assaltarem a residência de uma advogada que erradamente associaram à Comunidade. – Processo n.º 1047/22.1PIPRT
4. Uso de arrombadores para roubarem os dois computadores da Presidente do SIRESP e tentarem incriminar um judeu sefardita – Processo n.º 00/022LSB
5. Uso de jornalistas corruptos para durante meses criarem um ambiente de terrível suspeição envolvendo a Comunidade – Processo n.º 1903/22.7T9LSB
6. Uso de policiais de Lisboa para invadirem a Sinagoga do Porto e prenderem o Chefe-Rabino, com base em nada – Processo n.º 183/22.9T9LSB
7. Uso de fontes anónimas socialistas para uma caçada a um filantropo da Comunidade Judaica do Porto – Processo n.º 1536/22.8KRPRT
8. Uso de corrupção para prejudicar a empresa de um judeu sefadita que dá emprego a muita gente – Processo n.º 24/22.7TPEUR
9. Uso de falsas notificações policiais para amedrontar uma dirigente da Comunidade, associando-a a pornografia de menores – Processo n.º 80549/2023PRT.
10. Uso de homicidas contra um jovem que foi o primeiro subscritor de uma petição para o Estado não perseguir a Comunidade – Processo n.º 2042/22.6PIPRT.”
Groisman explica que “aparentemente foi um jogo a muitas mãos. É importante que os alunos entendam que os antissemitas pertencem a todas as facções políticas e religiosas e têm uma percepção negativa dos judeus, do judaísmo ou de Israel”.
O Museu Judaico do Porto foi inaugurado em 2019. Na sua intervenção na cerimônia de inauguração do Museu, o Presidente da B'nai B'rith International afirmou: “Este Museu Judaico vai pontuar o despertar da vida judaica em Portugal e vai servir de farol de luz para o resto da Europa, uma terra agora obscurecida pelo ressurgente antissemitismo.”
Antes da Segunda Guerra Mundial, cerca de 9,5 milhões de judeus viviam na Europa. Hoje, a população judaica na UE é estimada em cerca de 1,5 milhão de pessoas. Nos últimos anos, a população judaica tem diminuído, em particular por questões de segurança, bem como pela falta de determinação de alguns governos em lidar com o antissemitismo.