No âmbito de encontros de trabalho na cidade do Porto durante dois dias, o embaixador de Israel Dor Shapira visitou o Museu Judaico da cidade, localizado na rua de Guerra Junqueiro 325, em frente à Sinagoga.
Foi um momento especial para Dor Shapira visitar a organização judaica mais forte da Europa no conjunto religião, cultura e educação. O diplomata tem visitado as comunidades judaicas de todo o país para contribuir para o seu crescimento e florescimento. A Comunidade Judaica do Porto é uma inspiração para o desenvolvimento de outras comunidades desnutridas de praticamente tudo.
Para além de as diversas salas do Museu e o Cinema mostrarem quatro milénios de história desde Abraham, existe também uma nova atração, uma sala inaugurada em junho de 2022, relativa ao antissemitismo moderno, onde a comunidade expõe uma conspirata soviética que ocorreu recentemente em Portugal. O sucesso em termos de promoção do judaísmo tradicional e da cultura judaica impôs um preço alto.
Nessa sala estão dispostos objectos e documentos, bem como uma carta do Presidente de Israel Isaac Herzog que se solidarizou abertamente com a Comunidade por tudo quanto ela foi obrigada a sofrer: “Quão doloroso pode ser o sentimento de isolamento, diferença e vulnerabilidade para as comunidades judaicas ao redor do mundo”, ele escreveu.
O Embaixador e seis elementos da Direção da Comunidade, que teve à cabeça o seu presidente Gabriel Senderowicz, concordaram que o antissemitismo está em crescimento em todo o mundo. Um dos projectos da comunidade para combater esse flagelo é o filme "1618" (sobre a inquisição no Porto), o mais internacionalmente premiado de sempre na história de Portugal.
Companhias aéreas de países árabes e muçulmanos adquiriram os direitos de exibição do mesmo. Entre as companhias que vão exibir o filme para seus passageiros estão Qatar Airways, Iraqi Airways, Kuwait Airways, Egyptair, Middle East Airlines (companhia aérea libanesa), Linhas Aéreas Sírias e outras.
Relativamente ao Museu do Holocausto, que recebe cerca de 40 mil crianças por ano, que não pagam entrada, o embaixador foi informado que muitos meninos chegam ao espaço museológico esfomeados, pois só comem uma refeição por dia, na escola. Já existiram casos de crianças que desmaiaram com fome no interior do Museu. Por isso a Comunidade guarda comida e chocolates para acorrer a tais situações.
A Direção da Comunidade disse ao embaixador que tem interesse em ajudar a embaixada em tudo o que esta necessitar para defesa do povo e do estado de Israel. O encontro ocorreu antes do jantar e terminou com um lechaim (um brinde) realizado com vinho do Porto.