José Oulman Carp Z”L. Notável Judeu Português

José Oulman Carp Z”L. Notável Judeu Português

A victim of an oncological disease that haunted him since 2021, the great community leader died today in Lisbon and is greatly missed. The Jewish Community of Oporto announced today, through Vice President Dara Jeffries and Member David Garrett, that "Jose Carp's family will always have friends from Oporto who will not forget the man who had all the qualities that can be found in a good man: humble, cultured, sociable, fair and always positive in his speech. A consensual and rich man in the true sense of the word. Baruch Dayan HaEmet, Chaver."

Os olhos azuis céu foram ao encontro de D’us. Hoje. José Oulman Carp partiu para a dimensão dos reis. Dedicado, empenhado, entusiasta, de fino trato, enobreceu ao mais alto nível a comunidade judaica portuguesa.

A sua biografia familiar recente é história viva. Marrocos, Gibraltar, Açores, Lisboa. Já num estado de doença avançada, esteve em Ponta Delgada e foi à Shaaré Tikva na noite de Yom Kipur. Despediu-se da terra da sua raiz e da linda sinagoga, a sinagoga que a sua família ergueu, a sua sinagoga.

Membro destacado da Comunidade Israelita de Lisboa (da qual foi Presidente durante duas décadas) manteve sempre o contato fraterno com amigos em todas as outras comunidades judaicas de Portugal, mesmo nas circunstâncias mais sensíveis. Viu crescer muitas gerações. Assistiu a reconfigurações no panorama do judaísmo nacional. Esteve sempre atento às notícias do estrangeiro. Viu o quanto a história se repete. Deixou escritos os seus sentimentos. Pôde avaliar. Pôde aconselhar.

A Comunidade Judaica do Porto anunciou hoje, por via da Vice Presidente Dara Jeffries e do Vogal David Garrett, que "a família de José Carp terá sempre amigos portuenses que não esquecerão quem tinha todas as qualidades que podem ser reunidas num homem bom: humilde, culto, sociável, justo e com um discurso sempre positivo. Um homem consensual e rico no verdadeiro sentido da palavra. Baruch Dayan HaEmet, Chaver."

O seu amor por Portugal nunca esmoreceu. O seu fervor por Israel esteve sempre vivo. O pequeno Estado pautou a sua vida desde 1959, quando esteve ali pela primeira vez, aos 15 anos. Morou e trabalhou na pátria espiritual de todos os judeus. Atravessou a guerra dos 6 dias, em 1967, quando a capital de Israel voltou a ser judaica.

"Hoje já podemos falar sem medo, pois temos Israel!" – dizia sempre –, longe de imaginar que haveria de falecer numa época em que a última resistência dos judeus (o Estado de Israel) luta contra o terrorismo do esquartejamento que perseguiu o pequeno povo desde o tempo do deserto. Dessa luta José Carp não poderá participar, mas outros a ganharão em nome de Eretz Israel, em nome de Am Israel e em nome de pessoas como ele.